Check List para viagem
Oferecer promoções de preços e serviços em componentes que precisam de manutenção periódica mais freqüente é uma alternativa para incrementar o faturamento no começo do ano. Veja os itens mais importantes dessa revisão e garanta ao seu cliente uma viagem tranqüila.
Carolina Vilanova
Deixar para trás o estresse da cidade grande e pegar a estrada é um ritual sagrado para os brasileiros nos meses de férias. É nessa época também que acontece a maioria dos acidentes rodoviários, sendo que muitos deles são causados por falhas mecânicas, principalmente devido à falta de manutenção preventiva do veículo. Mesmo assim, muitos motoristas ainda arriscam e viajam com o carro em estado irregular, o que coloca em risco a sua vida e a de outros condutores.
Uma viagem segura depende de um veículo confiável e cabe ao profissional da reparação alertar seu cliente quanto aos problemas que pode enfrentar caso seu carro quebre no meio do caminho. Além disso, para incentivá-lo, nada melhor do que oferecer promoções de serviços, peças e pagamentos facilitados, atrações que aumentarão o fluxo da sua oficina e a satisfação do seu cliente.
A revisão antes de pegar a estrada vai muito além de abastecer, calibrar os pneus e verificar o nível de óleo no motor e de água no radiador. A recomendação dos fabricantes de veículos e autopeças é inspecionar itens vitais para o bom rendimento e confiabilidade do veículo, tais como filtros, luzes, freios, pneus etc., principalmente se o carro não está acostumado a rodar longos percursos.
Check List
Combustível e lubrificantes
Quando o assunto é combustível, oriente seu cliente a abastecer sempre em postos autorizados e com certificados de qualidade, geralmente expostos para o público, tanto na estrada quanto na cidade. A Petrobras Distribuidora recomenda não deixar o combustível no tanque por mais de dois meses para evitar a oxidação e a formação de goma, o que causa entupimento no sistema de injeção do veículo. Para os lubrificantes, o correto é efetuar a troca antes de viajar, nunca deixar para depois.
A Shell recomenda ainda uma análise do filtro de combustível e verificar se não há vazamentos no sistema – mangueiras de combustível, junções e abraçadeiras dos filtros, tanque de combustível, além disso cheque se o bocal do tanque está vedado. Case seja necessário abastecer em postos “suspeitos” coloque a quantidade suficiente para chegar em um local confiável, onde possa encher o tanque com produto de qualidade. Em termos de lubrificantes, a empresa sugere os produtos top de linha, que suportam melhor as variações climáticas, mantendo sempre a melhor lubrificação do motor.
Filtros
A primeira instrução dos fabricantes de filtros de óleo, ar e combustível é utilizar produtos de boa qualidade, com garantia, e lubrificantes homologados pelas montadoras. A segunda providência é efetuar as revisões e substituições no prazo especificado no manual do proprietário, pois a manutenção difere entre marcas e modelos. De acordo com a Mann, os filtros de ar de veículos leves devem ser trocados entre 20 mil e 30 mil Km, enquanto os de óleo devem obedecer a mesma quilometragem da troca do óleo lubrificante. Explique para seu cliente que trocar o óleo sem substituir o filtro diminui a vida útil do componente, pois a válvula de retenção retém o óleo “sujo” no interior do filtro e do motor e impossibilita a saída de óleo já vencido do sistema de lubrificação, o que compromete o funcionamento do motor. Já o período de substituição dos filtros de combustíveis é mais difícil de determinar, devido à qualidade dos combustíveis oferecidos no mercado, por isso a fabricante orienta que sejam trocados entre 15 mil e 20 mil Km.
Velas e Cabos
As velas de ignição devem ser examinadas a cada 10 mil km e substituídas quando apresentarem desgaste, já os cabos de ignição precisam ser trocados a cada 50 mil km ou três anos. A NGK recomenda que o mecânico inspecione todo o sistema de ignição, da qual fazem parte, além das velas e cabos, os seguintes componentes: distribuidor, tampa, rotor, bobina e módulo de ignição. Vazamentos de óleo e de combustível, velas desgastadas e lavagem incorreta dos motores acentuam o desgaste dos cabos de ignição. A falta de manutenção no sistema de ignição pode levar a falhas no motor, dificuldade de partida a frio, queima de bobina, rotor, tampa e desgaste prematuro do catalisador do veículo.
Faróis e lâmpadas
Todas as luzes do carro devem ser checadas em uma revisão de férias, afinal a iluminação correta é fator primordial para uma viagem segura, principalmente a noite, sob chuva ou neblina. As recomendações da Valeo incluem a verificação das lâmpadas, fusíveis e a regulagem dos faróis, verifique se há sinais de infiltração de água, que pode queimar a lâmpada e até danificar o refletor interno, com acúmulo de sujeira e corrosão. As lâmpadas das lanternas, faróis alto e baixo, piscas, freios e luz de ré devem estar funcionando perfeitamente. A Valeo lembra que mais de 25% dos veículos que circulam pelas ruas da cidade de São Paulo apresentam pelo menos uma deficiência no sistema de iluminação.
Limpador de pára-brisas
A recomendação geral é trocar as palhetas pelo menos uma vez por ano e nas revisões de férias é necessário checar o estado da palheta, a começar pelas lâminas que não devem estar rasgadas, soltas, tortas ou danificadas. A Dyna instrui que o técnico observe se há resíduos, arranhões, camadas finas de sujeira ou faixas d’água no decorrer da área varrida pela palheta. A Valeo indica inspecionar a se a fixação da palheta a haste do braço está firme, e sem trepidações e o nível de água e detergente no reservatório. Ao instalar uma nova palheta limpe o vidro com um solução de água e álcool, enquanto nas borrachas use apenas um pano umedecido com água limpa.
Freios
O principal sistema de segurança do veículo é o de freios, que requer revisão geral em média, de acordo com a Bosch, a cada 15 mil km, e a troca do fluido de freio a cada 12 meses ou 10 mil Km. Sempre que fizer revisão verifique o nível do fluído de freio, o desgaste de lonas, pastilhas, discos e tambores, e fique atento se há vazamentos no sistema.
A Cobreq afirma que é imprescindível o uso de peças originais, pois pastilhas e lonas de freio fabricadas com componentes inadequados causam desgastes prematuros no tambor e no disco de freio, comprometendo a eficiência de frenagem. Problemas como ruídos, trepidações, perda de eficiência e pedal duro significam que o sistema requer manutenção. Faça a desmontagem do conjunto para uma verificação mais efetiva.
Suspensão
Outro conjunto fundamental para a segurança e estabilidade do veículo é a suspensão, e o roteiro da Magneti Marelli Cofap para a revisão inclui uma análise visual nos amortecedores, examinando o estado do corpo (amassados), das fixações (buchas) e vazamento do fluído hidráulico. A empresa disponibiliza o equipamento Shocktester, que facilita esta inspeção, determinando qual o nível de desgaste do amortecedor. Verifique as molas, buchas, bandejas e pivôs e terminais. A substituição preventiva do amortecedor deve ser a cada 40 mil, e bandejas, pivôs, terminais a cada 50 mil km.
Fique alerta para o perigo de utilizar peças falsificadas ou recuperadas.
Correia dentada
A Goodyear recomenda a verificação de todas as correias a cada 15 mil km, pois em caso de rompimento, pode causar irreparáveis danos ao motor. Trincas nas correias, desgate lateral, desgastes de dentes na correia dentada, é sinal de necessidade de troca. Ruídos, dependendo do caso um retensionamento pode resolver.
A substituição preventiva da correia dentada, de acordo com a Bosch, deve ser a cada 50 mil quilômetros ou de acordo com as especificações do fabricante.
Sistema Elétrico
Revisar o sistema elétrico do veículo, segundo a Bosch, inclui avaliação da bateria, do motor de partida, do alternador e de todas as lâmpadas e fusíveis. A Moura aconselha que o mecânico observe se há sinais de cor esverdeada ou esbranquiçada nos terminais da bateria, que pode indicar pontos de oxidação. Tenha em mãos os códigos de segurança do alarme e do rádio, caso precise trocar a bateria. Mantenha os terminais dos cabos bem apertados e em bom estado, além disso explique para seu cliente que é necessário evitar que os equipamentos elétricos fiquem ligados por muito tempo com o veículo parado.
Radiador
A MTE-Thomson recomenda que na revisão de férias o mecânico cheque a válvula termostática quanto ao seu funcionamento, o radiador em relação a vazamentos ou entupimentos, a bomba d’água, o sistema de acionamento do ventilador do radiador e os marcadores de temperatura no painel. O líquido de arrefecimento do radiador deve ser trocado a cada 30 mil km ou pelo menos uma vez ao ano e depois abastecido com um novo aditivo, geralmente na proporção de 50% de aditivo concentrado e 50% de água limpa.
A Valeo recomenda que o mecânico verifique, com o motor quente e funcionando, a existência de possíveis vazamentos de água nas mangueiras e no radiador.
Pneus
A Michelin indica as seguintes precauções antes de uma viagem: verificar o estado da banda de rodagem, dos flacos e se há desgaste irregular dos pneus, além de calibrá-los com a pressão de ar recomendada pela montadora, sem esquecer do estepe.
Em relação à profundidade dos sulcos, a resolução 558/80, de 15 de abril de 1980 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) estabelece em seu artigo 4° que é proibido desgaste da banda de rodagem inferior o 1,6 mm, valor denominado de TWI (Tread Wear Indicators ), cuja sigla está ressaltada na região do ombro da rodagem do pneu.
É necessário ficar atento ao substituir o componente, aconselha a Bridgestone, afinal cada modelo de pneu tem um desenho e construção específica, por isso a mistura de diferentes tipos num mesmo eixo pode causar desequilíbrios direcionais, ou seja, a tendência de puxar para o lado ao rodar ou ao frear. Lembre-se de fazer rodízio periódico para equilibrar os desgastes.
O último procedimento da revisão dos pneus é o alinhamento e balanceamento das rodas, que a Pirelli recomenda que seja feito a cada 10 mil km. O alinhamento também é necessário quando trocar os pneus, sempre que apresentarem desgastes irregulares, após fortes impactos em buracos ou obstáculos, quando o veículo apresentar tendências à deriva ou instabilidade e ao substituir os componentes da suspensão. Já o balanceamento deve ser realizado quando o motorista sente vibrações no volante, desgaste irregular localizado e ao efetuar trocas.